Aline Rodrigues – ACS Caern
O sertão do Rio Grande do Norte, que está sofrendo uma das piores secas já registradas, exporta água para lugares onde esta é abundante. O paradoxo se dá por meio da água virtual contida nas frutas, principal item das exportações do Estado.
O termo água virtual foi criado em 1993 pelo prof. J. Anthony Allan, do Kings College, de Londres. Trata-se da quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço, estando embutida no produto, não apenas no sentido físico, mas também no sentido “virtual”.
Todos os bens de consumo produzidos pelo homem estão ligados à água. Ela está normalmente embutida no produto, graças aos recursos hídricos utilizados no processo de produção. O consumo de água virtual é muito maior do que o consumo direto, apesar de ser quase invisível, pois 70% da água no mundo está associada às atividades agroindustriais.
De acordo com o Engenheiro e Pesquisador da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) Marco Calazans, essa questão da água virtual tem duas vertentes, sendo a água que não se vê ao consumir, principalmente pelos produtos agropecuários. E também a água que é descartada em decorrência das atividades de produção. “Um litro de leite produz algumas toneladas de resíduos”, exemplifica.
Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), indicam que são necessários 17.100 litros de água para a produção de um quilo de carne bovina e 3.700 litros para a carne de frango. A água utilizada para manter o gado e as aves até o abate, e para tratar os resíduos dos processos antes de colocá-los à disposição do meio ambiente adequadamente estão inclusos na medição.
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