Edwin Carvalho / ACS Caern
As
chuvas que caíram em Natal nos meses de junho e julho elevaram os níveis dos
principais reservatórios da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
(Caern). Na lagoa de Extremoz, responsável pelo abastecimento de 75% da Zona
Norte da capital, a lâmina d’água saltou de 80 centímetros para 1,80 metro. Com
o aumento das chuvas, a maioria dos reservatórios da cidade opera em plena
capacidade, reduzindo bastante as ocorrências de interrupções no fornecimento
de água.
De
acordo com o chefe da Unidade de Operação e Manutenção da Caern na Zona Norte,
Man Cheng, o aumento de um metro na lâmina d’água da lagoa de Extremoz
contribuiu para a melhora do abastecimento na região. Além do aumento do volume
de água da lagoa, o período chuvoso possibilitou também uma redução no consumo,
diminuindo muito os problemas de falta d’água. “Com as chuvas, as pessoas bebem
menos água, irrigam menos as plantas e lavam menos calçadas, carros e roupas.
Há uma redução natural do consumo”, explica Man Cheng. A recomendação da Caern,
independente do nível dos reservatórios, é que a população economize água,
utilizando o produto de forma equilibrada.
A
situação é parecida nos bairros das zonas Sul, Leste e Oeste de Natal. Segundo
o chefe de Operação e Manutenção da Rede de Água da Regional Natal Sul, Wagner
Oliveira, os reservatórios operam, na maioria dos casos, com capacidade máxima
de armazenamento. Ele alerta, porém, para o aumento da pressurização da rede de
água. Com capacidade máxima, a rede sofre maior pressão, aumentando a
possibilidade de vazamentos. “Mas estamos tomando medidas preventivas para
evitar que eles aconteçam, mantendo equipes de plantão e monitorando
permanentemente a rede”, destaca o técnico.
Outro
fator que mantém os técnicos da Caern em alerta é a queda da qualidade da água
bruta dos mananciais. É que as chuvas acabam carreando lixo, areia e outros
resíduos para as fontes de abastecimento, obrigando a Companhia a aumentar o
uso de produtos químicos nas estações de tratamento. Antes de chegar às casas dos
consumidores, a água distribuída pela Caern passa por vários processos de
tratamento (floculação, decantação, filtragem) e por um rigoroso controle de
qualidade, com análises feitas diariamente. Com todos esses cuidados, os
técnicos da Caern garantem que a água que chega às torneiras dos natalenses é
própria para o consumo humano, atendendo à legislação ambiental.
INTERIOR
Se
na capital, as chuvas melhoraram a oferta de água, no interior a estiagem
prolongada é motivo de preocupação. Em regiões como o Alto Oeste, não chove
desde o ano passado e as principais fontes de abastecimento começam a secar.
Apesar da falta de chuvas, a maioria dos sistemas operados pela Caern trabalha
dentro da normalidade, em função dos sistemas adutores espalhados por todo o Estado.
Em Mossoró, a situação é controlada, segundo o gerente da Caern na região,
Nehilton Barreto. O município tem 70% do abastecimento garantido por poços
subterrâneos. Os outros 30% vem da adutora Jerônimo Rosado.
Para
ampliar a oferta de água, o investimento em obras de ampliação ou implantação
de sistemas de abastecimento anunciado pela governadora Rosalba Ciarlini em
todo o Estado é da ordem de R$ 307,8 milhões.
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