Lígia Cortez – ACS
Caern
Com a finalidade de
conhecer as potencialidades do aquífero Barreiras, na região litorânea do
Estado, um grupo de técnicos está estudando a capacidade, a vulnerabilidade à
contaminação e a qualidade da água para uma gestão sustentável. O trabalho vai
orientar o poder público à utilização correta do aquífero, evitando a
exploração inadequada e o esgotamento de fontes irrecuperáveis de abastecimento
à população. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) é
uma das principais interessadas no assunto porque tem constatado, com o passar
dos anos, que as alternativas para o abastecimento de água no Estado estão cada
vez mais escassas e distantes dos centros urbanos.
O geólogo da Caern,
Marcelo Augusto de Queiroz é um dos integrantes do grupo de “Estudo
Hidrogeológico para Orientação do Manejo das Águas Subterrâneas no Litoral
Leste do RN” e explica que o trabalho está dividido em três blocos: o Sul, de Arez
até Baía Formosa; o da região Metropolitana composto por todos os municípios
próximos a capital, inclusive Natal; e o bloco Norte que começa em Maxaranguape
e avança até São Miguel do Gostoso. Segundo Marcelo, o levantamento deve ficar
pronto antes do final do ano para ser apresentado e discutido com os habitantes
e usuários de água, durante seminário específico de cada bloco.
Após o seminário e os
ajustes feitos dentro da visão dos técnicos e da comunidade, o trabalho será
disponibilizado ao público em cada uma das prefeituras que utilizam o aquífero
como fonte de abastecimento. O documento vai constar as práticas e
recomendações adotadas a fim de evitar a degradação e contaminação do lençol
subterrâneo, trazendo prejuízos às gerações futuras. Uma das maiores
preocupações dos estudiosos é a expansão do nitrato nas fontes subterrâneas e
as poucas alternativas para abastecimento com captação em mananciais de
superfície.
RECURSOS
O governo do Estado
está investindo aproximadamente R$ 4 milhões oriundos de empréstimo contraído
junto ao Banco Mundial e do governo federal. Os estudos realizados nos
municípios que compõem a região metropolitana e a capital, são custeados pelo
governo federal através da Agência Nacional de Águas (ANA), enquanto as demais
localidades, com verba do Banco Mundial e Governo do Estado.
A Comissão Técnica de
Avaliação e Fiscalização para os estudos do aquífero, é composta por um
representante da Caern, dois da Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos (Semarh), um do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte
(Igarn) e outro do Banco Mundial. As pesquisas de campo e os relatórios são
feitos pelos técnicos contratados por uma empresa de São Paulo, residentes
neste Estado. À medida que esses Relatórios estão sendo concluídos, em cada uma
das etapas, são entregues à Comissão para análise e discussão durante as
reuniões periódicas. A fiscalização, das diversas formas de utilização dos
mananciais, é de responsabilidade da Semarh.
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