segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reuso é cada vez mais uma forma segura de descarte de esgoto tratado


Elane Moreira – ACS Caern

A água doce disponível para consumo humano totaliza menos de 1% de todo o líquido disponível no planeta. Em alguns lugares do Brasil se começa a despertar para o potencial do reuso de esgoto tratado como alternativa econômica. Apesar de ainda não existir políticas públicas em termos nacionais para o setor, grandes empresas estaduais de saneamento do país se voltam para o incremento da atividade. É preciso, existam cada vez mais incentivos para que a atividade de torne viável e economicamente sustentável. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) está dando exemplo neste setor e vem utilizando desde novembro de 2011esse sistema na área rural de Pendências, a 203 quilômetros de Natal.

A experiência faz parte do Projeto "Caatinga Viva", que tem como parceiros integrantes da Associação Norte-Riograndense de Engenheiros Agrônomos (Anea), a organização não-governamental "Carnaúba Viva", a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) e patrocínio do programa Petrobras Ambiental. Segundo o pesquisador e coordenador da Caern do Projeto "Caatinga Viva", Marco Calazans, a companhia pretende levar o sistema, ainda este ano, para as regiões de Carnaubais e Afonso Bezerra.

Mas o que seria o reuso? Esse sistema é uma alternativa segura para o descarte do efluente tratado, ou seja, reutilizando-o sem trazer prejuízos à natureza e contribuindo para a diminuição dos impactos ambientais causados pelo descarte nos mananciais. Seria este, além de um aliado para o meio ambiente, uma forma eficaz de economizar água. Para Calazans a maior dificuldade em implantar o projeto é a conscientização sobre a importância que este possui para o meio ambiente, além do seu valor econômico, "reuso não se faz no papel, é preciso convencer as pessoas de que é uma atividade econômica. E o custo não é alto. Para a implantação em Pendências, por exemplo, o investimento foi de apenas R$ 15 mil", afirma.

Em Pendências, o sistema vem sendo usado para a irrigação de 15 hectares de capim, conservando assim, água limpa dos mananciais. "A grande solução de problemas em termos ambientais. Podendo também se transformar em fonte de renda", acrescenta Calazans citando mais um fator positivo do projeto. O capim produzido a partir daquele município do Vale do Açu irá se transformar em lenha ecológica – briquete – a ser produzido em uma fábrica, em construção em Ipanguaçu, e que irá ajudar a diminuir a devastação da vegetação de Caatinga, existe no Vale. Os briquetes substituirão a lenha nativa como matriz energética para as indústrias de cerâmica da região.


VANTAGEM

André Calado, Doutor em Saneamento Ambiental, Professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFRN), afirma que o reuso é um sistema vantajoso para o meio ambiente, pois na irrigação, por exemplo, é utilizado um grande volume de água, retirada dos mananciais. Com o reuso, o esgoto tratado é voltado para a plantação e ajuda também na qualidade do produto, já que se trata de um componente rico em material orgânico. "Além disso, o esgoto tratado contribui para a preservação do meio ambiente. Deixa-se de jogar resíduo poluente nos mananciais e passa a aplicá-lo de forma segura", diz. Segundo André, já existe tecnologia para que o sistema seja aplicado, o único problema é a falta de associados e políticas específicas.

*Fonte caern.rn.gov.br 

Nenhum comentário:

Postar um comentário